domingo, 30 de dezembro de 2012

Eu tô voltando


O meu ano novo começou nesta quarta-feira última, em um assalto. Foi ruim, muito ruim. Os dois dias posteriores a ele foram piores, se é que isso pode acontecer.  Hoje eu estou melhor. Já estou até conseguindo ter raiva das pessoas, porque logo depois do assalto, eu estava amando geral, perdoando até o Diabo! Eu ia mudar minha vida, ser uma pessoa diferente, comer só alface, falar pouco, rir baixo, adotar 3 crianças africanas, fazer urinoterapia, só andar de bicicleta, aprender a aplicar reiki, parar de falar nome feio, etc. Eu passei dois dias com essa neura, até que, hoje, eu acordei melhor... 

"Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando"

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Neste Natal

Neste Natal, eu quero três presentes: bons sabonetes, o novo livro do Daniel Galera e um caderninho para anotar sonhos novos. Todo o resto eu já tenho.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Um acento agudo em mim


Eu lembro bem. Estávamos, eu e a tia Cecília, no sofá cinza da casa de vila cheia de cor da minha vovó Alice. A vó, costurava no canto da sala. A tia, lia um conto de minha autoria selecionado pelo colégio e publicado na coletânea de fim de ano. Ela lia em voz alta. Eu, olhava atentamente suas expressões, analisando se o que saía pela boca vinha do coração. A crítica foi a melhor possível e era real. Sei disso porque crianças percebem mentiras no cheiro. Depois eu suspirei aliviada e feliz. Talvez ela nem saiba, mas colocou um acento agudo no meu “ser escritor” que já começava a dar os primeiros passos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Casinha amarela de telhado vermelho


É noite. A lua é cheia. O céu é azul marinho e está repleto de estrelas. As plantas apresentam um verde musgo quase mágico. A areia é branca como de praia. Tem coqueiro de quatro, cajueiro e cerquinha viva. Tem barulho de grilo, tem cheiro de magia... Existe uma casinha amarela com luz saindo pela janela. Há um gato sentando nela. Há também um ninho de pombinha Fogo-pagô no encontro entre a coluna da varanda e o telhado, que é vermelho. Uma casinha de varanda em L, amarela, com jarrinho de flores, cacimba e telhado vermelho. Uma casinha amarela de telhado vermelho. Casinha amarela de telhado vermelho. É tudo tão lindo que é quase um lugar imaginário pra onde eu me refugiaria para ter só prazer, pra viver um momento só meu. É quase, porque não é só magia, é também realidade. Este lugar é meu de verdade.

domingo, 6 de maio de 2012

Quando as coisas parecerem difíceis, a se arrastar, leva o cachorro pra passear, toma banho de chuva, roda no ar. Bebe um bom vinho, acaricia o gato, beija o namorado... Escreve. Escreve a tristeza e bota tudo pra fora, escreve a alegria e se levanta pra viver.
Quando as coisas parecerem difíceis, corre uns metros pra esquecer, chama a rezadeira pra benzer... Tira umas frutas do pé, compra um picolé! Liga pra um amigo e, se ninguém te fizer bem, marca um encontro contigo. Viaja com aquela mulher que você foi e que saiu pra dar uma volta sem volta. Chama aquela adolescente que um dia voltou pra casa junto com o sol, trazendo um sorriso e uma traquinagem pra contar... Recorre àquela criança que achava que o mundo era uma brincadeira de boneca, senta no chão e brinca com ela.

Quando as coisas parecerem difíceis, a se arrastar, faz plano de futuro e abre umas caixas do passado. Se assume diferente.... Quando as coisas parecerem difíceis, a se arrastar, sai a andar sem rumo, andar com fé, que, como já disse Gil e a Cissa anda dizendo agora, ela não costuma faiá.